23.11.09

19.11.09

EuroSpring Trends

A dupla de estilistas holandeses, 'Viktor & Rolf', aposta no xadrez, e no nerd-pride pro próximo verão.
Ok ok, a primavera no hemisfério norte corresponde ao nosso inverno mais geladinho, mas seguem as fotos pra se inspirar em um dia (ou noite!) mais fresco (a) de verão..






18.11.09

Ficar sozinho no brasil - updating

Gostei tanto do trecho que postei abaixo, que procurei o artigo em questão e gostei ainda mais, por uma certa identificação, claro!
Então segue o link para o artigo completo: http://www.imil.org.br/artigos/ficar-sozinho-no-brasil/

Do Not Disturb

"A maioria dos intelectuais brasileiros que conheço teve que lutar para ler um livro dentro de suas casas, independentemente de nível social. (...) É que, no Brasil, somos também vigiados pelas nossas famílias, cujo princípio básico é evitar a solidão de seus membros. Qualquer tipo de isolamento ou individuação, seja porque a pessoa fala pouco ou porque fica dentro de seu quarto (quando o tem), é tomado como sintoma de que algo não está bem. Criamos nossos rebentos para serem sociáveis e dependentes dos mais velhos e exemplos para os mais novos. Olhamos mais vertical do que horizontalmente. Dessa jaula de carinhos e favores feita por relações perpétuas (pois nem a morte rompe com elas), não há escapatória. Nossas crianças não podem ficar sozinhas. A todo momento um adulto as excita, solicitando um olhar ou um sorriso. É enorme a carga social que despejamos uns nos outros. Disso resulta uma aversão à solidão que, no Brasil, é castigo. Na América, ensina-se como fazer amigos. No Brasil, precisamos do manual de como podemos nos livrar daqueles que, por amor, nos sufocam. É óbvio que uma pessoa assim socializada tenha dificuldades em ler e estudar, pois essas são atividades _como descobriram os monges e profetas_ que demandam um mínimo de isolamento e de autonomia, esses irmãos de um silêncio que é mandamento principal das bibliotecas e de todos os ambientes de leitura."

Do antropólogo Roberto DaMatta, no artigo Ficar sozinho no Brasil

17.11.09

[ctrl c + ctrl v] Ditadura Gay

“Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?” Desde que a enquete apareceu no site do senado, faz umas semanas, evangélicos de todo o país iniciaram uma cruzada via internet, pelo direito de ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo.

Uma senhora chamada Rosemeire, por exemplo, expondo num blog seu temor de que a lei seja aprovada, disse que vivíamos “O início da Ditadura Gay no mundo!”. Pelo que entendi, Rosemeire acredita que está em curso uma batalha global, travada entre héteros e homossexuais, pela hegemonia na Terra. Hoje, os héteros estão vencendo, mas é só porque têm amparo legal para chamar os gays de viadinhos, as lésbicas de sapatonas e rir das piadas do Juca Chaves. No momento em que passarem a punir quem ofender pessoas que namoram pessoas do mesmo sexo, elas perceberão que chegou a hora, sairão todas correndo da The Week e tomarão o poder.

Imagine só, Rosemeire? Criancinhas terão de cantar Village People, na escola, enquanto assistem ao hasteamento da bandeira do arco-íris. Aos domingos, em vez de futebol, as TVs transmitirão Holiday on Ice e, com dezoito anos, os jovens serão obrigados a alistar-se no exército, fazer flexões de braço, dormir e tomar banho, uns na frente dos outros. Que horror!

Se você acha que Rosemeire exagerou, é porque não leu o blog de Rozângela Justino, cristã, psicóloga e indignada: “Se este Projeto (...) for aprovado, estaremos institucionalizando em nosso país o sistema de castas e todos aqueles que não forem homossexuais serão considerados cidadãos de segunda classe.”

Uau, Rozângela! O mundo, então, seria governado pela casta das Drag Queens? Um advogado gay, de terno e cabelo curto, seria de uma casta intermediária? E lutadores do Ultimate Fighting, viveriam de esmolas? Bem, talvez não...

Quanta imaginação têm as duas mulheres. Se seus piores pesadelos fossem filmados, seria preciso unir o talento de um Fellini com o de um Clóvis Bornay; juntar, no mesmo caldeirão, George Orwell e Andy Warhol; vislumbrar as ruas de Nova Déli sendo percorridas pela banda de Ipanema.

Se bem que... Sei lá. Pensando melhor, talvez o temor de Rosemeire e da Dra. Justino tenha algum fundamento. Veja o caso dos negros: há poucas décadas, todo mundo contava piada racista e eles eram cidadãos de segunda classe. Veio esse papo de igualdade, o que aconteceu? Um mulato chegou a presidente dos Estados Unidos!

A batalha racial já está perdida, mas a sexual ainda pode ser ganha! Basta ir ao http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0, clicar em NÃO e mostrar a todos que ainda tem gente disposta a lutar por um mundo injusto, desigual e preconceituoso!

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Após a RainbowFest na não tão pacata Juiz de Fora, me deparei com esse texto do Antonio Prata e com o barraco das travas no dia do Miss Gay por aqui.
Navalhadas entre as participantes a parte, vi alguns comentários meio absurdos e fiquei chocado: um dia vejo milhares de pessoas na rua pedindo respeito - ainda que em meio a brigas e roubos -, e no outro vejo um comentário homofóbico com justificativa religiosa dizendo que é um absurdo que se respeitem pessoas.
Não consegui entender a linha de raciocínio dessa vertente 'religiosa'...
Queria muito que a lei fosse pra proibir essas igrejas.

7.11.09

A psicanálise e eu - texto todo trabalhado no ato-falho

Acho engraçado o fascínio das pessoas pela classe psicanalítica. Todo mundo, minimamente envolvido com o meio acadêmico e conhece algum psicanalista, muda o conceito sobre aquela pessoa na hora! Falo porque estou no meio desde que nasci por ser filho de psicanalista e ver como as pessoas são fascinadas pelo meu pai.

Desde que comecei a faculdade, vi que isso piorava. Os alunos, ou melhor, as alunas (já que correspondem a 90% dos estudantes de psicologia) são ficam histéricas atras dos professores que profetizam as palavras de Sigmund Freud & Friends Cia.

Não vou nem discutir genialidades e defeitos da teoria, e sim como se portam os tais psicanalistas convictos e profetas e o porquê de falar sobre isso, ainda que possa parecer um momento-divã, visto que sou filho de psicanalista e estudante de psicologia em crise acadêmica-existencial-MOR.

Falo sobre isso porque vejo como muitas pessoas vão mudando 'o jeitinho' de acordo com o que estudam: os Jungianos, Transpessoais e Integrais viram os hippies; os Cognitivistas-Comportamentais, os losers e nerds (no pior sentido da palavra, esqueçam a tendencia NerdPride e lembrem-se de Os Nerds Também Amam) que se acham super descoladinhos; e os psicanalistas, ah os psicanalistas! Se acham absolutos! E não é a toa, ja que é vendido profetizado ensinado que a psicanálise é uma verdade absoluta, e principalmente que psicanálise é pra poucos, logo, fazem parte do núcleo "in" da novela.

Teoria elitista insuportável né? Pois é. E os Psicanalistas ADORAM reforçar o fato vender a imagem encenar ser pessoas intelectualizadas, com cara de que estão ali pra te ajudar, desde que você não chegue até elas.
O ar blasé que beira a onipotência é o que encanta o público. Vejamos alguns fãs dos psicanalistas pra que vocês entendam melhor: Jô Soares, Rubem Fonseca, Woody Allen, Almodóvar, Zuenir Ventura etc etc etc... Digo isso como admirador da tal onipotência e desses admiradores.

A verdade é que na psicanálise rola mais barraco que qualquer concurso de Garota da Lage, mais fofoca que Gossip Girl, e mais intriga que filme adolescente: na teoria com o célebre Freud e seus antigos amigos, e na vida real pela massa histérica de psicanalistas do meio acadêmico.
Então, que fique claro, essa pose trabalhada na 'arrogância cultural' é só até a segunda cerveja, ou melhor, segunda dose de Cutty Sark ou Laphroaig (desculpa gente, vcs não bebem cerveja barata nem ouvem pagode tá?).

E eu? Eu? Lembra da crise acadêmica-existencial? Pois é! Faço a linha malandro-irritado, com uma culpa neurótica sem fim de não fazer o que devo, na faculdade. Além disso, cultuo a inacessibilidade para com meus companheiros de curso, só pra brincar de psicanalista convicto, ainda que me identifique e vá trabalhar com isso um dia. Pronto, fiz meu outting! Afinal de contas quem é que nunca me viu depois de umas doses de uísque?

PS: meu pai é um dos poucos que conheço que só bebe uísque, e é realmente discreto mesmo quando ébrio - porque psicanalista de verdade não fica bêbado, dissolve superego.

6.11.09

Orgulho Nerd

Que os nerds estão em alta, todo mundo sabe. Eu só não sabia que isso estava realmente sendo levado a sério.
Hoje vi esse editorial no The Times OnLine e vi que a coisa realmente está repercutindo por todos os cantos do mundo.
O editorial chama "Hip the Square" - pena que aqui está tão calor e tudo só cai bem no frio.





A 'no smoking' sign on my cigarette break



Evito ao máximo falar da lei anti-fumo.
Primeiro porque fumo. Segundo porque pensando no meu lado, acho a lei péssima, o que torna a opinião piegas. E terceiro porque todo mundo sempre fala a mesma coisa, e sempre quero que o assunto acabe rápido pra eu poder fumar meu cigarro quieto.

"Contras" politizados de lado, acho a lei um absurdo! Não gosto de ter que sair do meio da balada pra poder fumar, não gosto de ninguém me repreendendo e muito menos ser obrigado a acompanhar alguém no fumódromo quando não quero fumar.
Essa última situação sempre me acontece quando saio com mais uma pessoa, e esta quer fumar e não sabe fumar sozinha.

Além de tudo, são poucos os hábitos tão sociáveis quanto o cigarro. Todo fumante, por mais antissocial que seja, já pediu sem a menor vergonha, fogo pra alguém. E tem coisa mais erótica que pedir FOGO pra alguém?
Sem contar que fumar é suuuuper charmoso. Quantas vezes não me interessei por alguém só pela maneira que a pessoa aprecia o cigarro! Muitas vezes a pessoa parece estar transando com o cigarro!
Mas agora se você quiser ver essa cena de sexo, ops, fumo explícito, tem que ir pro fumódromo, onde mal se consegue ver as pessoas de tão apertado e antierótico é o "lugar".

Sempre me remeto a cenas claássicas em que as pessoas aparecem fumando com uma classe, um glamour e uma eroticidade inexplicáveis!
Ok, ok, eu sei que era tudo marketing, mas e daí?! Marketing GENIAL esse então! Tão genial que eu comprava cigarrinhos de chocolate só pra imitar. Tão genial, que o personagem de Woody Allen em Manhattan fala que se acha atraente com um cigarro, ainda que não tragasse. Tão genial que as fotos mais famosas de Marlene Dietriech e Audrey Hepburn são fumando!

Cigarro faz parte da música, do cinema, das artes em geral e não tem como desvencilhar essa imagem com tanta facilidade.
Não incentivem, mas também não me proibam de fumar na hora mais interessante ok? Se deixa a roupa e o cabelo fedidos, é só lavar, e isso é só uma questão de higiene - se é pra justificar que seja pelo lado da saúde, aí sim eu super respeito!

Fumantes passivos, desculpem a grosseria e o egocentrismo, mas o blog é meu, e aqui pode fumar a vontade. Obrigado!

Romance

Adoro dividir vídeos e clipes geniais com vocês, e esse clipe é um dos mais legais que já vi nos últimos tempos.
O cantor imita cenas famosas de filmes românticos famosos!
Só vendo pra entender:



Confesso que não distingui todos os filmes, mas segue a lista, segundo um usuário do youtube.
1 - Le Baiser de l'hotel de Ville
2 - Closer (Closer - Perto Demais)
3 - Pretty Woman (Uma Linda Mulher)
4 - Ghost (Ghost - Do outro lado da vida)
5 - Brokeback Mountain (O Segredo de Brokeback Mountain)
6 - Wild at Heart (Coração Selvagem)
7 - Match Point (Ponto Final)
8 - Eternal Sunshine of the Spotless Mind (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças)
9 - Les Valseuses (Os Corações Loucos)
10 - Gone with the Wind (E tudo o vento levou)

Além de tudo a música é ótima! Fica a dica do cantor também!

3.11.09

[ctrl c + ctrl v] Homem que é homem

Por Joaquim Ferreira dos Santos

Homem que é homem domingo à noite liga a televisão para ver todas as mesas-redondas que estão passando, mas no último fim de semana eu confesso que vi mesmo foi o Fantástico. Tinha um quadro com esse mote. Homem que é homem não come suflê, não faz alongamento, não fala 'enquanto gente', não usa batom para evitar o ressecamento dos lábios. Também não fica elogiando o brucutu ao lado assim sem mais nem menos. Mas, se ninguém sabe mais muito bem o que é esse homem de verdade, eu me aproveito da confusão reinante para dizer que o quadro é das melhores coisas da televisão. Mandaram bem, meninos, meu eu interior vibrou a nível de holístico.

Homem não dá ibope na televisão e o quadro já sai do ar este domingo. Agora até as mesas-redondas de futebol, como as da MTV e da SportTV, lançam um olho de sedução para a audiência feminina. E tome Sex and the city, Superbonita e dezenas de atrações discutindo o que passa por debaixo da balaiage delas. ''Homem consome menos'' - descobriram os sabichões. ''Fale com ela'' - descobriu Almodovar, e o cara da grade televisiva acreditou. A atração do Fantástico era um cavanhaque, uma costeleta de exceção, bem-humorada, no debate sobre o que vai por baixo dos suspensórios deles. Se eu entendi alguma coisa, havia sotaques viris em nordestês e outros doces em neymatogrossês, homem que é homem hoje não tem a mínima noção do que seja isso.

Eu tenho conhecimento, uma colega aqui do B me contou que já há homens telefonando no dia seguinte, uma eterna reclamação delas. Da mesma maneira que outros continuam nem aí, neanderthal total, desinteressados em pegar com elas qualquer informação de como se chega, qual atalho pegar, na tal rodoviária Ponto G. O território masculino tem mais facções que xiitas e curdos em Bagdá. Além de não discutir a relação, não comer canapé nem salsinha, o homem que é homem do Fantástico não joga futebol no meio de campo - é cabeça de área. Ou beque. Eu daria uma terceira opção: ou fica de um lado para o outro, rebolando como o Robinho, o homem que é o futuro do futebol brasileiro.

Há muitas possibilidades de ser másculo hoje em dia e a melhor de todas talvez seja a de não precisar posar mais de homem, nem mesmo se for com um terninho lindo, preto com falsas listas de giz, que saiu na coleção de inverno do Alexandre Hercovitch. Foi uma revolução - um texto testosterona não devia incluir essas palavras, mas lá vai - passiva. As mulheres a fizeram e só nos cabe agradecer. Foram à luta, de início para conseguir direito ao voto, e hoje conseguem ser respeitadas até pelo direito de beliscar o bumbum do Gianecchini se cruzarem com ele na rave. O homem, acuado, aceitou ficar menos. Umas pitadas do perdedor Hommer Simpson. Uma nonchalance diversionista, tipo assim, Boy George. O resultado, pasmem!, é bom.

Eu tenho um amigo gaúcho, jornalista, que fala muito grosso, e ele me disse dia desses, epidermicamente sensibilizado, que está adorando fazer pilates. Não disse ''a-do-ran-do'', o que tornaria tudo diferente. Ele está adorando o pilates porque se sente mais solto, ou mais disposto, não me lembro bem. Sugeriu até que eu parasse com a musculação. ''Embrutece a articulação, tchê'', desdenhou.

Esse novo 'homem que é homem' pode até saber a diferença entre celulite e estria, mas, diante da choradeira delas por causa do infortúnio estético, perguntam incrédulos, como cego aos apalpos: ''onde? onde?''. Desconhecem-lhes as imperfeições, ajoelham-se às súplicas por mais preliminares. O homem-pilates não quer mais saber do bafo no cangote do machismo - e se ainda se faz necessário novo exemplo aqui está o ensaio do fotógrafo Jorge Bispo. Ele propôs a um grupo de atores, homens acima de qualquer suspeita, como Fábio Assunção, que se vestissem de... noiva. Todos aceitaram. De graça. Pelo simples prazer de experimentarem o frissom por baixo dos panos ou qualquer outra viagem mais particular a que quisessem submeter suas enzimas.

No quadro do Fantástico, os homens deixam Mariana Ximenes esperando na porta do vestiário e partem para a briga. Não disputam a loura. Instigados a pensar no nome que usariam se virassem travesti - se precisassem por uma necessidade cármica deixar vazar, Lapa afora, a última flor do macho carioca - eles saem no pau porque todos quereriam usar como travecas o mesmo nome de Záfine. Sem dúvida, e o jogador Edilson que voltou ao Flamengo com a sobrancelha depilada concordaria comigo - taí, um lindo nome.

Foto-diário de bicicleta

Quem nunca pensou em uma viagem de bicicleta pelo mundo? Ou até mesmo um backpacking por aí com uma câmera na mão, fotografando cenas cotidianas, pessoas comuns daquelas cidades?
Bom, se você nunca pensou nisso, ou fica só num passeio mais óbvio pelos pontos turísticos das cidades por onde quer passar ou passou, esse livro pode pelo menos te inspirar a ver o outro lado desses lugares.
Em “Caminhos – Volta ao Mundo de Bicicleta”, o arquiteto mineiro Argus Caruso Saturnino, registra a viagem que fez de bicicleta pelo mundo, durante 4 anos, visitando 28 países, mostrando justamente a 'essência' daqueles lugares.
As fotos são bem legais e inspiradoras, principalmente.

Acho muito interessante pessoas que investem suas vidas em projetos em nome da arte, e conseguem te fazer ver um outro lado da história.
Como me identifico com o que o arquiteto fez, fica de insipração até pras pequenas viagens, enquanto não parto pro mundo e mostro pelo menos pros amigos, um pouco do que vi (e ouvi, claro!) daqueles lugares.

Clicando aqui, você pode ver algumas páginas do livro.