7.11.09

A psicanálise e eu - texto todo trabalhado no ato-falho

Acho engraçado o fascínio das pessoas pela classe psicanalítica. Todo mundo, minimamente envolvido com o meio acadêmico e conhece algum psicanalista, muda o conceito sobre aquela pessoa na hora! Falo porque estou no meio desde que nasci por ser filho de psicanalista e ver como as pessoas são fascinadas pelo meu pai.

Desde que comecei a faculdade, vi que isso piorava. Os alunos, ou melhor, as alunas (já que correspondem a 90% dos estudantes de psicologia) são ficam histéricas atras dos professores que profetizam as palavras de Sigmund Freud & Friends Cia.

Não vou nem discutir genialidades e defeitos da teoria, e sim como se portam os tais psicanalistas convictos e profetas e o porquê de falar sobre isso, ainda que possa parecer um momento-divã, visto que sou filho de psicanalista e estudante de psicologia em crise acadêmica-existencial-MOR.

Falo sobre isso porque vejo como muitas pessoas vão mudando 'o jeitinho' de acordo com o que estudam: os Jungianos, Transpessoais e Integrais viram os hippies; os Cognitivistas-Comportamentais, os losers e nerds (no pior sentido da palavra, esqueçam a tendencia NerdPride e lembrem-se de Os Nerds Também Amam) que se acham super descoladinhos; e os psicanalistas, ah os psicanalistas! Se acham absolutos! E não é a toa, ja que é vendido profetizado ensinado que a psicanálise é uma verdade absoluta, e principalmente que psicanálise é pra poucos, logo, fazem parte do núcleo "in" da novela.

Teoria elitista insuportável né? Pois é. E os Psicanalistas ADORAM reforçar o fato vender a imagem encenar ser pessoas intelectualizadas, com cara de que estão ali pra te ajudar, desde que você não chegue até elas.
O ar blasé que beira a onipotência é o que encanta o público. Vejamos alguns fãs dos psicanalistas pra que vocês entendam melhor: Jô Soares, Rubem Fonseca, Woody Allen, Almodóvar, Zuenir Ventura etc etc etc... Digo isso como admirador da tal onipotência e desses admiradores.

A verdade é que na psicanálise rola mais barraco que qualquer concurso de Garota da Lage, mais fofoca que Gossip Girl, e mais intriga que filme adolescente: na teoria com o célebre Freud e seus antigos amigos, e na vida real pela massa histérica de psicanalistas do meio acadêmico.
Então, que fique claro, essa pose trabalhada na 'arrogância cultural' é só até a segunda cerveja, ou melhor, segunda dose de Cutty Sark ou Laphroaig (desculpa gente, vcs não bebem cerveja barata nem ouvem pagode tá?).

E eu? Eu? Lembra da crise acadêmica-existencial? Pois é! Faço a linha malandro-irritado, com uma culpa neurótica sem fim de não fazer o que devo, na faculdade. Além disso, cultuo a inacessibilidade para com meus companheiros de curso, só pra brincar de psicanalista convicto, ainda que me identifique e vá trabalhar com isso um dia. Pronto, fiz meu outting! Afinal de contas quem é que nunca me viu depois de umas doses de uísque?

PS: meu pai é um dos poucos que conheço que só bebe uísque, e é realmente discreto mesmo quando ébrio - porque psicanalista de verdade não fica bêbado, dissolve superego.

Um comentário:

senhorita sartori disse...

eu sempre soube que eu pertencia a galhera da psicanalista. Rá!