22.3.12

Ontem eu descobri um artista


Descobri um artista que me mostrou o quanto eu admiro a linguagem das ruas.
Desde muitos anos me fascino por novas tribos, por música de garagem, por filmes independentes, e hoje em dia mais do que nunca, por arte de rua. 

A arte de rua, me encanta, e não sou do tipo que acha um absurdo grafite ir pra museu. Arte tem que estar em todo lugar. Limitar a arte é alimentá-la.
Esse misto de transgressão, regeneração do depredado, novas possibilidades de olhar, e principalmente da democratização da arte em conjunto com o movimento catártico que ela traz na porta de nossas casas, me fascina e me faz um entusiasta da arte de rua.

O artista em questão se chama JR, é francês, e começou sua carreira depois de ter achado uma câmera no metrô de Paris, misturando "Art and Act".
No ano passado ele ganhou o prêmio do TED que o definiu da seguinte maneira:
"JR exhibits his photographs in the biggest art gallery on the planet. His work is presented freely in the streets of the world, catching the attention of people who are not museum visitors. His work mixes Art and Action; it talks about commitment, freedom, identity and limit. "

Seu último trabalho se chama "Wrinkles of the city", em que ele expõe fotos em que as rugas e marcas de expressão são parte essenciais da comunicação não verbal. As fotos são gigantes e estampadas em prédios de LA, Cartagena e Xangai, a princípio.

Mas o que mais me chamou a atenção foi o Face2Face de 2007, considerado a maior exposição fotográfica ilegal que já existiu, em que JR estampou fotografias enormes de israelitas e palestinos cara a cara (daí o nome) em oito cidades da Palestina e Israel e em ambos os lados da 'cerca de segurança'/'muro de separação'.

Segue o video do TED:

Sim, ele já passou pelo Brasil, e estou torcendo para que passe de novo!!

21.3.12

Céu deita na BR




Esse clipe ilustra muito bem o que eu eu senti quando ouvi já pela primeira vez novo álbum da Céu, Caravana Sereia Bloom..
Cantora de boate de beira de estrada, ainda vagarosa, glamurosa e sensual, sendo vista pelo retrovisor por algum caminhoneiro depois de uma noite de muito Campari e batom no colarinho.

Além desse clipe, a Céu continua com seu pé no reggaeton e slow motion bossa nova quase lounge em muitas das músicas.
É como um passeio pelas BR's do país ouvindo a Tropicália, Jovem Guarda e o Brega, trilha sonora obrigatória em bares de beira de estrada. Entre tanta coisa inconcebível em seus álbuns a princípio, ela manteve sua essência e delícias!

Acho interessante como esses sons têm influenciado a música ultimamente.
Gaby Amarantos é a Beyoncé do Pará.
João Brasil é um dos Dj's mais cool do país.
Céu agora é cantora de boate.
Banda Uó grava até Strokes e The Smiths em eletrobrega e são ovacionados por aí!
Wando virou ídolo depois que morreu.
Bandas como Letuce e, consequentemente, o bloco de carnaval Clementianos, fazem regravações de Brega - incluam no pacote "Brega" pagodes clássicos por favor.

Talvez esse olhar mais voltado para nossa própria cultura nos traga bons frutos futuramente. Ainda que por agora eu perceba um tom muito mais cômico que trágico no revival do brega; transformar lágrimas de amor em purpurina escorrendo pelos olhos, cabelos embaraçados na cabeça apoiada numa parede descascada e um último suspiro de amor antes de dormir, um clichê válido e digno de respeito!