10.4.12

Basquiat. In your face!

Não se escolhe o que encanta, inspira ou incomoda, pelo menos não conscientemente.
E uma busca por uma cultura mais marginal, crua e intensa me arrebatou nos últimos tempos, por me fazer entendê-la como mais autêntica.
As primeiras coisas que vi de Jean-Michel Basquiat já me encantaram imediatamente e, acredito eu, o real motivo só conseguiu ser entendido por mim depois de saber alguns fatos sobre sua vida.

A cultura das grandes metrópoles geralmente dá mais valor ao que aparentemente soa como grotesco e marginal, e entende alguma beleza  dali, e vejo a relação de NY com Basquiat dessa maneira.
Expressão quase esquizofrênica e primal que grita por necessidade criativa urgente e a todo custo.  


O fato de ter começado como que num desespero por colocar para fora suas ideias, vomitando frases em muros da cidade e assinando como SAMO (SAM Old shit) me faz lembrar o Gentileza, que pintou sua angústia por um mundo menos agressivo em lugares absolutamente criminosos. Cada um à sua maneira, mas extremamente condizentes com os contextos em que estão inseridos.

Talvez meu encantamento seja pela forma densa como ele se expressa, além de um retrato cru e pueril de seu inconsciente, com uma dose de urgência em meio à drogas e, ao que tudo indica, uma personalidade psicótica.
Aparentemente uma arte desconexa que, assim como o Be-Bop, mostra harmonia num contexto geral, ainda que incongruente.

O coquetel gutural de informações artísticas de uma carreira express, ainda foi abençoado pelo apadrinhamento de Andy Warhol e o tornou ícone pop, junto à Harring e Madonna.


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